Sem dúvidas um dos filmes mais esperados de 2021 foi o Snyder Cut de Liga da Justiça. Vindo num momento oportuno para promover o HBO Max, a Warner Bros atendeu ao apelo dos fãs, do diretor Zack Snyder e do próprio elenco que entrou na hastag 'Release Snyder Cut'. Agora, tendo lançado o filme que tanto queria após um conturbado momento em sua vida, toda a comunidade Geek pode apreciar o real filme da Liga de pouco mais de quatro horas de duração.
Roteiro
O enredo superficial é basicamente o mesmo da versão de 2017 com algumas mudanças muito bem vindas. As caixas maternas estão na terra, um com os homens, outro com as Amazonas, e a terceira com o povo de Atlantes, e com a morte de Superman em 'Batman vs Superman: A Origem da Justiça', Darkseid manda o Lobo da Estepe para reunir as caixa e dominar a Terra.
Nesse meio tempo Batman está reunindo a Liga em parceria com a Mulher Maravilha, que revela para Bruce o planos de Darkseid. Com isso é integrada à equipe Flash, Ciborgue, Aquaman e nos momentos finais o Superman que é resgatado dos mortos. Tudo isso já tinha sido visto na versão de Joss Weddon, mas o que realmente muda? E mais importante, muda para melhor?
Com as quatro horas de duração Snyder consegue apresentar de maneira mais sólida os novos membros com destaque para o Flash e principalmente o Ciborgue, que é basicamente uma das peças centrais de todo o filme. Conhecemos melhor o poderes de ambos e suas motivações. Vale aqui ressaltar o trabalho feito com Flash no momentos finais do filme em que ele acessa a força de aceleração, é incrível.
Em contra partida porém, Batman e Mulher Maravilha estão totalmente subutilizados; Bruce não parece um grande detetive e uma das mentes mais brilhantes da DC, ele só parece ter os recursos como carros e naves de alta tecnologia. E a Mulher Maravilha está lá para lutar contra o Lobo da Estepe, os diálogos dela em sua maioria são pouco relevantes.
Essa versão do Bruce não lembra em nada a de Batman vs Superman. Ele está bem menos racional, com menos planejamento e chega a dizer para Alfred em dado momento ter 'fé' em uma circunstância um tanto estranha. Não parece o homem que derrotou Superman, em nenhum momento.
O Retorno de Superman
O retorno de Clark é um dos pontos mais fortes. Quando ele aparece para enfrentar o Lobo da Estepe dá para sentir um arrepio. O que peca um pouco é toda a atmosfera em volta dele sobre a Lois e a Martha. É extremamente chato e cansativo esse núcleos em paralelo, acrescentam muito pouco e são utilizadas, quando por exemplo fazem uso disso para apresentar o Caçador de Marte.
Possuem diálogos muito bons e outros horríveis principalmente no epílogo. Na verdade o epílogo, e tudo que é mostrado naquele pesadelo do Morcego é bem fraco.
Apesar disso, os apelos emotivos e dramáticos conseguem ter um impacto forte sobre o expectados. A cena em que o pai de Ciborgue se sacrifica é ótima, bem como a luta entre as Amazonas e o Lobo da Estepe, que possui um apelo sentimental muito grande. Vale ressaltar que as cenas de luta estão muito boas, mas o CGI, mesmo estando infinitamente melhor que as de 2017, possui oscilações.
A trilha sonora é chata, muito chata. O trabalho de edição à respeito da trilha e a escolha das músicas é medonho. Faltou um pouco de bom senso, pois em dados momentos as músicas te tiram da imersão do filme de tão esdruxulas que soam.
A Violência é Real
As cenas de ação são fortes e impactantes; não possuem muito filtro para violência. Se o filme for pensado não como algo fora de um universo regular da DC, mas como um Elsword bem como acontecem nas HQs, o filme funciona bem, mas se for pensado como um transposição essencial dos heróis para o cinema, fica um tanto quanto estranho; logo na primeira cena de ação da Mulher Maravilha ela entra no museu e mata todos os terrorista a sangue frio na maior facilidade, sendo que o último ela simplesmente explode. Em seguida, uma jovem feita de refém diz para ela que quer ser como ela quando crescer. Entende? É meio bizarro uma cena assim.
Os vilões funcionam bem, Darkseid está fenomenal e o Lobo da Estepe convence. Ainda assim existe pequenos furos de roteiro quanto ao passado de Apokolips, quando tentou invadir a terra pela primeira vez, mas que, considerando o todo da obra, pode ser relevado.
Porém, mesmo possuindo defeitos, o longa ainda consegue prender. O final, que possuí sim gancho obvio para continuação, instiga muito a curiosidade e a vontade de querer assistir um "Liga Da Justiça 2".
Independentemente de qualquer coisa, esse filme da Liga é uma conquista e possuí uma carga e valor muito alto tendo em vista todos os problemas pessoais que o diretor passou, a forma como ele se doou para desenvolver o filme colocando sua visão, e todo o movimento criado nas redes sociais.
Considerações Finais
Liga Da Justiça de Zack Snyder é um filme autêntico, diferente do que foi visto em 2017, mas que mesmo assim possuem inúmeras falhas e percalços que podem atrapalhar a experiência. Levando em consideração as quatro horas de filme, o longa desenvolve bem seus novos personagens, mas apaga o brilho de outros. Em suma, é realmente um novo filme, uma nova Liga, com cenas realmente memoráveis, mas que passa longe de ser um fenômeno.